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Como preservar a saúde mental dos atletas olímpicos, propensos à depressão ao longo da carreira?

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Expostos à pressão constante pelo desempenho, a nova geração de campeões olímpicos também enfrenta outros desafios, como a exposição nas redes sociais. A questão foi abordada em um seminário organizado pela Academia Nacional de Medicina da França, que reuniu especialistas para discutir temas relacionados à saúde dos atletas. O evento ocorreu na sede instituição em Paris, a poucas semanas do início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que começam em 26 de julho.

Taíssa Stivanin, da RFI

Segundo Sébastien Le Garrec, chefe do departamento médico do Insep, o Instituto Nacional do Esporte na França, dados divulgados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) mostram que entre 50% e 65% dos atletas têm problemas de sono e até 68% relataram terem vivido episódios depressivos.

Cansaço anormal, excesso de preocupação, falta de concentração e perda de motivação são alguns dos sintomas que devem alertar os campeões. Na França, desde 2006, os atletas de alto nível passam por uma avaliação psicológica anual, que é obrigatória. Desde 2016, os menores devem realizá-la duas vezes por ano.

As dificuldades geradas pelo tempo passado no treinamento e as dúvidas que envolvem os projetos pessoais e profissionais dos atletas de alto nível também são fatores de risco para a saúde mental, diz Sébastien Le Garrec, que acompanha a equipe francesa de Natação.

Os centros de treinamento, como o Insep, possuem atualmente uma equipe dedicada à saúde mental dos atletas, formada por quatro psicólogas, que detectam eventuais problemas psíquicos e a necessidade de um tratamento médico. Apesar de alguns medicamentos serem incompatíveis com a prática esportiva, lembra Le Garrec, existem alternativas.

Existem etapas na vida do atleta, lembra, que são particularmente arriscadas e merecem mais atenção. Uma delas é a chegada a um centro de treinamento de alto nível, o que faz naturalmente com que os treinos aumentem em tempo e intensidade. “O grupo em geral também não é o mesmo e os atletas são ou do mesmo nível ou de um nível superior. A pressão aumenta, necessariamente”.

O luto do fim da carreira

A distância da família também pode ser vivenciada com dificuldade. “Não temos necessariamente com quem dividir todas as emoções do dia a dia, e isso também pode gerar distúrbios”, avalia.

Outra etapa perigosa para a saúde mental é o fim da carreira, que gera uma mudança brusca no ritmo de vida - um atleta de alto nível treina em média entre 4 e 6 horas por dia. “É necessário lidar com o luto da carreira esportiva. Não é fácil vivenciar isso”, frisa. A aposentadoria das competições também marca o início de novos projetos, o que pode ser uma fonte de ansiedade, e gerar a sensação de “perda de identidade”, observa.

Ele cita como exemplo o nadador francês Camille Lacourt, cinco vezes campeão mundial que há alguns meses revelou ter sucumbido à depressão após o fim da carreira, em 2017. Em uma entrevista transmitida pelo canal France 2, ele fez um desabafo sobre sua doença, que chamou de “descida ao inferno”.

As contusões e a interrupção dos treinos também podem desencadear os distúrbios mentais. É comum, lembra o especialista francês, que os patrocinadores encerrem contratos sem ter perspectiva do retorno do atleta à ativa. Isso representa, na prática, menos dinheiro no bolso e mais ansiedade.

A atleta americana Simone Biles, uma das maiores ginastas de todos os tempos, deixou a competição individual e por equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, ao revelar sua depressão. Em 2018, Biles havia declarado ter sido uma das vítimas de abuso sexual do ex- médico da equipe americana, Larry Nassar. Mas, depois da fase difícil, a atleta de 27 anos se superou e foi qualificada para os Jogos Olímpicos de Paris no último dia 30 de junho.

O treinamento excessivo também pode induzir a um desequilíbrio emocional. “O cansaço faz parte do cotidiano de um atleta, se o atleta não está cansado tem alguma coisa errada. Mas a recuperação é indispensável, é uma condição sine qua non para progredir”, frisa Le Garrec.

A desclassificação, após anos de treino, também está por trás da depressão de alguns campeões. Outros fatores são a pressão familiar, dos treinadores e do próprio esportista, que exige muito de si mesmo.

A nova geração também deve conviver com o julgamento e os comentários dos fãs e invejosos nas redes sociais. Aprender a desconectar antes das competições é essencial. “As redes sociais fazem parte da vida dos jovens no cotidiano, incluindo os jovens atletas. É muito fácil publicar comentários anônimos e maldosos nessas redes. É importante saber gerenciar isso”.

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Taíssa Stivanin, da RFI

Segundo Sébastien Le Garrec, chefe do departamento médico do Insep, o Instituto Nacional do Esporte na França, dados divulgados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) mostram que entre 50% e 65% dos atletas têm problemas de sono e até 68% relataram terem vivido episódios depressivos.

Cansaço anormal, excesso de preocupação, falta de concentração e perda de motivação são alguns dos sintomas que devem alertar os campeões. Na França, desde 2006, os atletas de alto nível passam por uma avaliação psicológica anual, que é obrigatória. Desde 2016, os menores devem realizá-la duas vezes por ano.

As dificuldades geradas pelo tempo passado no treinamento e as dúvidas que envolvem os projetos pessoais e profissionais dos atletas de alto nível também são fatores de risco para a saúde mental, diz Sébastien Le Garrec, que acompanha a equipe francesa de Natação.

Os centros de treinamento, como o Insep, possuem atualmente uma equipe dedicada à saúde mental dos atletas, formada por quatro psicólogas, que detectam eventuais problemas psíquicos e a necessidade de um tratamento médico. Apesar de alguns medicamentos serem incompatíveis com a prática esportiva, lembra Le Garrec, existem alternativas.

Existem etapas na vida do atleta, lembra, que são particularmente arriscadas e merecem mais atenção. Uma delas é a chegada a um centro de treinamento de alto nível, o que faz naturalmente com que os treinos aumentem em tempo e intensidade. “O grupo em geral também não é o mesmo e os atletas são ou do mesmo nível ou de um nível superior. A pressão aumenta, necessariamente”.

O luto do fim da carreira

A distância da família também pode ser vivenciada com dificuldade. “Não temos necessariamente com quem dividir todas as emoções do dia a dia, e isso também pode gerar distúrbios”, avalia.

Outra etapa perigosa para a saúde mental é o fim da carreira, que gera uma mudança brusca no ritmo de vida - um atleta de alto nível treina em média entre 4 e 6 horas por dia. “É necessário lidar com o luto da carreira esportiva. Não é fácil vivenciar isso”, frisa. A aposentadoria das competições também marca o início de novos projetos, o que pode ser uma fonte de ansiedade, e gerar a sensação de “perda de identidade”, observa.

Ele cita como exemplo o nadador francês Camille Lacourt, cinco vezes campeão mundial que há alguns meses revelou ter sucumbido à depressão após o fim da carreira, em 2017. Em uma entrevista transmitida pelo canal France 2, ele fez um desabafo sobre sua doença, que chamou de “descida ao inferno”.

As contusões e a interrupção dos treinos também podem desencadear os distúrbios mentais. É comum, lembra o especialista francês, que os patrocinadores encerrem contratos sem ter perspectiva do retorno do atleta à ativa. Isso representa, na prática, menos dinheiro no bolso e mais ansiedade.

A atleta americana Simone Biles, uma das maiores ginastas de todos os tempos, deixou a competição individual e por equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, ao revelar sua depressão. Em 2018, Biles havia declarado ter sido uma das vítimas de abuso sexual do ex- médico da equipe americana, Larry Nassar. Mas, depois da fase difícil, a atleta de 27 anos se superou e foi qualificada para os Jogos Olímpicos de Paris no último dia 30 de junho.

O treinamento excessivo também pode induzir a um desequilíbrio emocional. “O cansaço faz parte do cotidiano de um atleta, se o atleta não está cansado tem alguma coisa errada. Mas a recuperação é indispensável, é uma condição sine qua non para progredir”, frisa Le Garrec.

A desclassificação, após anos de treino, também está por trás da depressão de alguns campeões. Outros fatores são a pressão familiar, dos treinadores e do próprio esportista, que exige muito de si mesmo.

A nova geração também deve conviver com o julgamento e os comentários dos fãs e invejosos nas redes sociais. Aprender a desconectar antes das competições é essencial. “As redes sociais fazem parte da vida dos jovens no cotidiano, incluindo os jovens atletas. É muito fácil publicar comentários anônimos e maldosos nessas redes. É importante saber gerenciar isso”.

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