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Lula recebe Xi Jinping em Brasília após cúpula do G20, marcada por apelo contra crise climática

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No dia seguinte do encerramento do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quarta-feira (20) em Brasília a visita do chinês Xi Jinping. Os dois líderes querem mostrar que a parceria bilateral "mudou de patamar". A reunião dos líderes das 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia (UE) e União Africana, encerrada na terça-feira (19) no Rio de Janeiro, foi marcada por apelo de ação contra a crise climática e um comunicado final de consenso, com mensagens importantes, sobretudo para o presidente eleito Donald Trump, que assume a Casa Branca em 20 de janeiro de 2025.

Vivian Oswald, correspondente da RFI no Rio de Janeiro

Diante do agravamento do cenário externo, a cúpula do G20 encerrou com êxito ao emitir um comunicado final de consenso. Sob o risco de ter de reabrir as negociações depois da escalada da guerra na Ucrânia, o G20 divulgou o texto final antes mesmo do previsto. O G20 obteve muitas vitórias, como a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e a aprovação de 41 documentos acolhidos por consenso.

A Argentina, que rejeitou partes do acordo por questões ideológicas, acabou recuando e desistiu de bloquear a decisão, até porque precisa deixar o isolamento em que se encontrava. Foi uma derrota diplomática para Javier Milei, certamente, mas uma vitória política ou retórica ao menos diante de Donald Trump, de quem todos acreditam que o presidente argentino se tornou emissário neste G20.

O texto não saiu exatamente como queria o Brasil, mas foi o acordo possível, e melhor do que esperado até mesmo entre os negociadores. Aparentemente, saíram todos do Rio de Janeiro satisfeitos com os resultados.

Principais mensagens deste G20

Há uma lista de avanços e mensagens para o futuro obtida nesta cúpula. As indicações apontam para um mundo que se prepara para enfrentar o presidente eleito nos EUA, Donald Trump, sobretudo no que diz respeito ao clima.O apelo ao multilateralismo e à urgência do clima prevaleceram no evento.

No final da cúpula, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva virou a página do G20 e mirou na COP29, onde países ricos e em desenvolvimento discutem suas obrigações para o futuro do planeta.

No discurso de encerramento, o presidente Lula falou em urgência climática, na necessidade de os países ricos assumirem sua responsabilidade histórica e agirem com ambição, até para não perderem a credibilidade quando forem cobrar resultados das nações em desenvolvimento. Lula criticou o negacionismo e pediu aos países que antecipassem suas NDCs (Contribuições Nacionais Determinadas para o Clima). O líder brasileiro pediu também pressa aos países que participam da COP29 em Baku, no Azerbaijão, de olho no que está por vir na COP30, em Belém.

A maior convenção do clima do mundo chegou a um impasse sobre o financiamento. Se a situação está difícil agora, sob governança do democrata Joe Biden, a expectativa é que será pior a partir de janeiro de 2025, sob comando do republicano Trump, que diz que a mudança do clima é uma farsa.

Ao final do encontro, Lula passou o "martelo" do G20 a Cyril Ramaphosa, o presidente da África do Sul, que assume a presidência rotativa do bloco. O novo tema será solidariedade, equidade e sustentabilidade.

A foto de família teve de ser refeita

A chamada foto de família, que inclui os líderes presentes na imagem oficial do encontro, teve de ser refeita. Inicialmente, foi feita logo após o lançamento da Aliança Global contra a Fome e Pobreza, na segunda-feira (18), primeiro dia da cúpula. Só que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Itália, Giorgia Meloni, se atrasaram e perderam a foto, para o desagrado de todos.

No dia seguinte, foi remarcada uma nova sessão de fotos, que afinal saiu como a maioria queria desde o início. Desta vez, coincidência ou não, faltaram: o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o presidente da Argentina, Javier Milei. Duas figuras incômodas ao longo deste ano de G20.

Bilaterais de Lula com líderes presentes

Lula teve ainda muitas reuniões bilaterais importantes. No almoço com Joe Biden trataram dos 200 anos das relações diplomáticas entre EUA e Brasil e firmaram acordo na área de transição energética que brasileiros e americanos acham que não dura para além do mandato do democrata.

Uma visita de Estado de Lula ao Japão ficou alinhada para março, além de uma promessa de visitas reciprocas do presidente brasileiro e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Os dois querem ampliar a relação entrre o Brasil e a Índia.

Com a China, o encontro com o líder Xi Jinping ficou para esta quarta-feira (20) em Brasília. Vai ser uma rápida visita de Estado, sem o tradicional giro pelo legislativo e judiciário. Xi Jinping será recebido por Lula no Palácio de Alvorada e no Itamaraty. Eles devem assinar mais de 30 acordos.

A ideia é anunciar que a parceria bilateral mudou de patamar. Não será o que a China tanto queria, afinal o Brasil não vai entrar no 'trilionário' programa de investimentos da nova Rota da Seda, mas os dois países vão tratar de sinergias sobretudo no setor industrial, de olho no programa nacional Nova Indústria Brasileira (NIB).

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Vivian Oswald, correspondente da RFI no Rio de Janeiro

Diante do agravamento do cenário externo, a cúpula do G20 encerrou com êxito ao emitir um comunicado final de consenso. Sob o risco de ter de reabrir as negociações depois da escalada da guerra na Ucrânia, o G20 divulgou o texto final antes mesmo do previsto. O G20 obteve muitas vitórias, como a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e a aprovação de 41 documentos acolhidos por consenso.

A Argentina, que rejeitou partes do acordo por questões ideológicas, acabou recuando e desistiu de bloquear a decisão, até porque precisa deixar o isolamento em que se encontrava. Foi uma derrota diplomática para Javier Milei, certamente, mas uma vitória política ou retórica ao menos diante de Donald Trump, de quem todos acreditam que o presidente argentino se tornou emissário neste G20.

O texto não saiu exatamente como queria o Brasil, mas foi o acordo possível, e melhor do que esperado até mesmo entre os negociadores. Aparentemente, saíram todos do Rio de Janeiro satisfeitos com os resultados.

Principais mensagens deste G20

Há uma lista de avanços e mensagens para o futuro obtida nesta cúpula. As indicações apontam para um mundo que se prepara para enfrentar o presidente eleito nos EUA, Donald Trump, sobretudo no que diz respeito ao clima.O apelo ao multilateralismo e à urgência do clima prevaleceram no evento.

No final da cúpula, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva virou a página do G20 e mirou na COP29, onde países ricos e em desenvolvimento discutem suas obrigações para o futuro do planeta.

No discurso de encerramento, o presidente Lula falou em urgência climática, na necessidade de os países ricos assumirem sua responsabilidade histórica e agirem com ambição, até para não perderem a credibilidade quando forem cobrar resultados das nações em desenvolvimento. Lula criticou o negacionismo e pediu aos países que antecipassem suas NDCs (Contribuições Nacionais Determinadas para o Clima). O líder brasileiro pediu também pressa aos países que participam da COP29 em Baku, no Azerbaijão, de olho no que está por vir na COP30, em Belém.

A maior convenção do clima do mundo chegou a um impasse sobre o financiamento. Se a situação está difícil agora, sob governança do democrata Joe Biden, a expectativa é que será pior a partir de janeiro de 2025, sob comando do republicano Trump, que diz que a mudança do clima é uma farsa.

Ao final do encontro, Lula passou o "martelo" do G20 a Cyril Ramaphosa, o presidente da África do Sul, que assume a presidência rotativa do bloco. O novo tema será solidariedade, equidade e sustentabilidade.

A foto de família teve de ser refeita

A chamada foto de família, que inclui os líderes presentes na imagem oficial do encontro, teve de ser refeita. Inicialmente, foi feita logo após o lançamento da Aliança Global contra a Fome e Pobreza, na segunda-feira (18), primeiro dia da cúpula. Só que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Itália, Giorgia Meloni, se atrasaram e perderam a foto, para o desagrado de todos.

No dia seguinte, foi remarcada uma nova sessão de fotos, que afinal saiu como a maioria queria desde o início. Desta vez, coincidência ou não, faltaram: o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o presidente da Argentina, Javier Milei. Duas figuras incômodas ao longo deste ano de G20.

Bilaterais de Lula com líderes presentes

Lula teve ainda muitas reuniões bilaterais importantes. No almoço com Joe Biden trataram dos 200 anos das relações diplomáticas entre EUA e Brasil e firmaram acordo na área de transição energética que brasileiros e americanos acham que não dura para além do mandato do democrata.

Uma visita de Estado de Lula ao Japão ficou alinhada para março, além de uma promessa de visitas reciprocas do presidente brasileiro e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Os dois querem ampliar a relação entrre o Brasil e a Índia.

Com a China, o encontro com o líder Xi Jinping ficou para esta quarta-feira (20) em Brasília. Vai ser uma rápida visita de Estado, sem o tradicional giro pelo legislativo e judiciário. Xi Jinping será recebido por Lula no Palácio de Alvorada e no Itamaraty. Eles devem assinar mais de 30 acordos.

A ideia é anunciar que a parceria bilateral mudou de patamar. Não será o que a China tanto queria, afinal o Brasil não vai entrar no 'trilionário' programa de investimentos da nova Rota da Seda, mas os dois países vão tratar de sinergias sobretudo no setor industrial, de olho no programa nacional Nova Indústria Brasileira (NIB).

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