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Experiência no cárcere inspira rapper curitibano a criar curta vencedor em festival na França

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Mano Cappu fez bonito em sua estreia no cinema. O curta “Bença”, que teve estreia mundial no Festival Cinélatino em março, levou o prêmio Courtoujours, do Júri Estudantil de Toulouse, no sudoeste da França. O evento é uma das principais vitrines do cinema latino-americano na Europa.

Patrícia Moribe, enviada especial a Toulouse

“Bença é um filme que nasceu a partir do encontro que eu tive com meu pai no cárcere”, conta Mano Cappu em entrevista à RFI, em Toulouse. “O meu pai era réu confesso, eu estava preso inocentemente e o Bença surgiu nesse lugar de potência para unir a nossa família”, diz Cappu, que passou dezoito meses preso até conseguir provar inocência.

“O cárcere é visto como um lugar de muita violência. Mas em meio a esse caos, a gente conseguiu fazer uma história de amor e perdão. Para mim, a família é um lugar de muita honra”. Uma “catarse”, define o artista. “Os filmes brasileiros sobre o cárcere geralmente são feitos por pessoas que nunca ficaram presas. Então, bem, essa vem a partir da minha pessoa, que fiquei presa e sei o que acontece da grade para dentro. Não apenas um olhar estereotipado sobre o cárcere”, acrescenta.

A música também é o fio condutor de “Bença”. “Comecei com o rap e o rap no Brasil é muito forte, fala muito sobre a desigualdade social brasileira e isso é muito interessante porque o primeiro rap que eu ouvi eu tinha 11 anos de idade, foi Racionais MC e “Diário de um Detento”, que fala sobre o Carandiru [antigo complexo penitenciário onde ocorreu um massacre de repressão a um motim em 1992, que levou à morte de 111 detento]. Quinze anos depois eu fui encarcerado injustamente e eu fui entender a prisão.”

“Eu entendi que o rap também era uma potência, porque eu já cantava rap dentro da prisão e e as pessoas que estavam lá encarceradas ficavam ‘uau!’. E aí tinha a música do CIC, Cidade Industrial de Curitiba, o bairro periférico onde eu moro. Ele é visto como um bairro violento. Fomos projetados para ser o que a gente chama de peão de obra para nunca ser chefe, sempre ser um peão”, relata Cappu. “E aí a minha história, a história dos meus amigos que trabalham também com audiovisual, com música, a gente rompe esse lugar e nos tornamos artistas para falar de uma outra realidade, pois o jornal sempre coloca o CIC como lugar de violência.”

Cappu explica que, no entanto, “existem milhares de comerciantes, milhares de cidadãos que estão lá fazendo com que o bairro prevaleça e viva e tenha muita história de amor que tenha. E não somente a violência. E a música chegou nesse lugar para mim para contar essas histórias. E aí círculo para o cinema para reverberar e trazer um pouco mais a imagem da periferia curitibana”, diz o cineasta.

“Bença”, conta Mano Cappu, faz parte de uma trilogia. O longa-metragem, "X23" e a série “Labirinto” estão em fase de produção.

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Mano Cappu fez bonito em sua estreia no cinema. O curta “Bença”, que teve estreia mundial no Festival Cinélatino em março, levou o prêmio Courtoujours, do Júri Estudantil de Toulouse, no sudoeste da França. O evento é uma das principais vitrines do cinema latino-americano na Europa.

Patrícia Moribe, enviada especial a Toulouse

“Bença é um filme que nasceu a partir do encontro que eu tive com meu pai no cárcere”, conta Mano Cappu em entrevista à RFI, em Toulouse. “O meu pai era réu confesso, eu estava preso inocentemente e o Bença surgiu nesse lugar de potência para unir a nossa família”, diz Cappu, que passou dezoito meses preso até conseguir provar inocência.

“O cárcere é visto como um lugar de muita violência. Mas em meio a esse caos, a gente conseguiu fazer uma história de amor e perdão. Para mim, a família é um lugar de muita honra”. Uma “catarse”, define o artista. “Os filmes brasileiros sobre o cárcere geralmente são feitos por pessoas que nunca ficaram presas. Então, bem, essa vem a partir da minha pessoa, que fiquei presa e sei o que acontece da grade para dentro. Não apenas um olhar estereotipado sobre o cárcere”, acrescenta.

A música também é o fio condutor de “Bença”. “Comecei com o rap e o rap no Brasil é muito forte, fala muito sobre a desigualdade social brasileira e isso é muito interessante porque o primeiro rap que eu ouvi eu tinha 11 anos de idade, foi Racionais MC e “Diário de um Detento”, que fala sobre o Carandiru [antigo complexo penitenciário onde ocorreu um massacre de repressão a um motim em 1992, que levou à morte de 111 detento]. Quinze anos depois eu fui encarcerado injustamente e eu fui entender a prisão.”

“Eu entendi que o rap também era uma potência, porque eu já cantava rap dentro da prisão e e as pessoas que estavam lá encarceradas ficavam ‘uau!’. E aí tinha a música do CIC, Cidade Industrial de Curitiba, o bairro periférico onde eu moro. Ele é visto como um bairro violento. Fomos projetados para ser o que a gente chama de peão de obra para nunca ser chefe, sempre ser um peão”, relata Cappu. “E aí a minha história, a história dos meus amigos que trabalham também com audiovisual, com música, a gente rompe esse lugar e nos tornamos artistas para falar de uma outra realidade, pois o jornal sempre coloca o CIC como lugar de violência.”

Cappu explica que, no entanto, “existem milhares de comerciantes, milhares de cidadãos que estão lá fazendo com que o bairro prevaleça e viva e tenha muita história de amor que tenha. E não somente a violência. E a música chegou nesse lugar para mim para contar essas histórias. E aí círculo para o cinema para reverberar e trazer um pouco mais a imagem da periferia curitibana”, diz o cineasta.

“Bença”, conta Mano Cappu, faz parte de uma trilogia. O longa-metragem, "X23" e a série “Labirinto” estão em fase de produção.

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