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Ainda é cedo para afirmar que bolsonarismo saiu fortalecido das eleições municipais, diz analista

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No dia seguinte do 1° turno das eleições municipais no Brasil, a cientista política Daniela Constanzo, que está em Paris fazendo um pós-doutorado sobre o Centrão, diz que ainda não se pode afirmar, como faz a imprensa francesa nesta segunda-feira (7), que o bolsonarismo saiu fortalecido desse primeiro turno

Pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), Daniela Constanzo observou a dinâmica e o resultado do primeiro turno das eleições municipais brasileiras de longe. A especialista em política nacional está na França como pesquisadora visitante do Ceri, o Centro de Pesquisa Internacional do Instituto de Ciências Políticas de Paris, desenvolvendo o trabalho “o Centrão como um desafio para a democracia no Brasil”.

Na esteira da agência de notícias AFP, a imprensa francesa desta segunda-feira afirma que “o campo bolsonarista saiu fortalecido do 1º turno das municipais no Brasil”. Daniela Constanzo relativiza essa afirmação: “O PL sai muito fortalecido, mas a gente não sabe se o bolsonarismo sai fortalecido, porque em capitais que eram chave para o bolsonarismo, ele não foi tão bem assim”, analisa.

Para ela, a dinâmica dessa eleição foi muito diferente da polarização que marcou as últimas eleições presidenciais de 2022, que terminou com a vitória apertada de Lula contra Bolsonaro. A principal evidência da eleição desse domingo (6) é que o Centrão “cresceu e se diversificou (...), mas ele não é um Centrão que está tão próximo do bolsonarismo”.

Risco para a democracia

Essa supremacia do bloco político conservador representa, na opinião de Daniela Constanzo, um desafio para a democracia brasileira porque “ele tenta trazer uma ordem que foi estabelecida desde a ditadura para o regime democrático”.

No entanto, esse resultado não deve modificar muito a situação nacional. “O Centrão já era muito forte e o partido do presidente (Lula), o Partido dos Trabalhadores, acabou tendo mais prefeituras do que ele tinha antes. Então, ele cresceu, está com 69 prefeituras a mais e conseguiu alguns segundos turnos nas grandes cidades, o que é bastante importante”, pondera.

Esse primeiro turno confirma avanço da direita no Brasil. “É um resultado bastante conservador, (...) reproduzindo a chamada velha política”, salienta.

Muitos analistas políticos apontam as eleições municipais brasileiras como uma prévia das presidenciais de 2026. Mas Daniela Constanzo avalia que essa sinalização “ainda vai depender um pouco do segundo turno e, principalmente, do resultado em São Paulo. “A aliança costurada pelo Tarcísio (de Freitas) junto com o Centrão e com o bolsonarismo para lançar o Nunes em São Paulo, e cuja ideia principal é já ter uma aliança bem fechada para as eleições de 2026, lançando o Tarcísio (para presidente), é a principal indicação”, antecipa Daniela Constanzo.

No entanto, ela ressalta que nomes “muito fortes, que podem ter projeção nacional” emergiram neste domingo. “O grande exemplo seria o prefeito de Recife, o João Campos, que se reelegeu no primeiro turno, com uma votação impressionante”.

Clique na imagem principal para ouvir a entrevista completa

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Pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), Daniela Constanzo observou a dinâmica e o resultado do primeiro turno das eleições municipais brasileiras de longe. A especialista em política nacional está na França como pesquisadora visitante do Ceri, o Centro de Pesquisa Internacional do Instituto de Ciências Políticas de Paris, desenvolvendo o trabalho “o Centrão como um desafio para a democracia no Brasil”.

Na esteira da agência de notícias AFP, a imprensa francesa desta segunda-feira afirma que “o campo bolsonarista saiu fortalecido do 1º turno das municipais no Brasil”. Daniela Constanzo relativiza essa afirmação: “O PL sai muito fortalecido, mas a gente não sabe se o bolsonarismo sai fortalecido, porque em capitais que eram chave para o bolsonarismo, ele não foi tão bem assim”, analisa.

Para ela, a dinâmica dessa eleição foi muito diferente da polarização que marcou as últimas eleições presidenciais de 2022, que terminou com a vitória apertada de Lula contra Bolsonaro. A principal evidência da eleição desse domingo (6) é que o Centrão “cresceu e se diversificou (...), mas ele não é um Centrão que está tão próximo do bolsonarismo”.

Risco para a democracia

Essa supremacia do bloco político conservador representa, na opinião de Daniela Constanzo, um desafio para a democracia brasileira porque “ele tenta trazer uma ordem que foi estabelecida desde a ditadura para o regime democrático”.

No entanto, esse resultado não deve modificar muito a situação nacional. “O Centrão já era muito forte e o partido do presidente (Lula), o Partido dos Trabalhadores, acabou tendo mais prefeituras do que ele tinha antes. Então, ele cresceu, está com 69 prefeituras a mais e conseguiu alguns segundos turnos nas grandes cidades, o que é bastante importante”, pondera.

Esse primeiro turno confirma avanço da direita no Brasil. “É um resultado bastante conservador, (...) reproduzindo a chamada velha política”, salienta.

Muitos analistas políticos apontam as eleições municipais brasileiras como uma prévia das presidenciais de 2026. Mas Daniela Constanzo avalia que essa sinalização “ainda vai depender um pouco do segundo turno e, principalmente, do resultado em São Paulo. “A aliança costurada pelo Tarcísio (de Freitas) junto com o Centrão e com o bolsonarismo para lançar o Nunes em São Paulo, e cuja ideia principal é já ter uma aliança bem fechada para as eleições de 2026, lançando o Tarcísio (para presidente), é a principal indicação”, antecipa Daniela Constanzo.

No entanto, ela ressalta que nomes “muito fortes, que podem ter projeção nacional” emergiram neste domingo. “O grande exemplo seria o prefeito de Recife, o João Campos, que se reelegeu no primeiro turno, com uma votação impressionante”.

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