Dom Quixote e o Ideal da Cavalaria Andante

Nova Acrópole Portugal

Palestra dada pelo professor José Carlos Fernández, diretor da Nova Acrópole Portugal.

Três séculos depois do auge da cavalaria andante, e quando a instituição já estava quase em ruínas, surge esta obra, Don Quixote de la Mancha. Aparentemente, é um engano a “loucura de ser cavaleiro” mas, segundo lemos entrelinhas, vemos que, na realidade, é um elogio aos únicos valores que podem enobrecer uma sociedade, ou seja, amor infinito pelo justo, pelo bom e pelo belo, amor que a alma dispõe para combater contra todo o tipo de dificuldades e caminhar por um mundo de ferro, para convertê-lo num mundo de ouro. Esta obra-prima de Cervantes, quando nas ordens de cavalaria já se falava numa crise, deixa para trás a casca para se centrar no essencial, o idealismo de Quixote que permite com o seu exemplo elevar-se acima da mediocridade e egoísmo materialista. Assim, esta figura, sem ser “de carne e osso”, fez girar a roda da história inspirando os que sim o são, mas querem também deixar uma pegada luminosa no seu tempo de vida.