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Estados Unidos vão às urnas para eleições mais imprevisíveis da história do país

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Cidadãos americanos começam a votar na manhã desta terça-feira (5) em eleições presidenciais consideradas históricas. O país ainda renovará sua Câmara de Representantes e um terço do Senado. As últimas pesquisas de intenção de voto continuam prevendo um resultado muito apertado, sob o forte temor de que o candidato republicano, Donald Trump, não aceite uma eventual derrota.

Daniella Franco, enviada especial da RFI a Boston

Eleitores do Estado de Vermont inauguram a votação às 5h da manhã pelo horário local (7h em Brasília). Depois é a vez de outros seis estados da costa leste dos Estados Unidos começarem a ir às urnas, inclusive Nova York. A maioria dos locais de votação abre suas portas a partir das 7h pelo horário local (9h em Brasília).

Mais de 161 milhões de americanos se registraram para participar das eleições. Quase 80 milhões votaram antecipadamente, como permite o sistema eleitoral dos Estados Unidos.

Essa é uma votação considerada excepcional, com previsão de resultados extremamente acirrados, após uma campanha virulenta. O sistema de segurança também é inédito, devido ao temor de distúrbios nos locais de votação, já que Trump adota a retórica da fraude e dá sinais de que não aceitará uma eventual derrota.

Além da escolha à presidência americana, os 435 assentos da Câmara de Representantes serão renovados, bem como 34 cadeiras do Senado, o que representa um terço da Casa. Há ainda 11 eleições para governadores e cada Estado também aproveita para realizar plebiscitos. No total são 146 consultas, com temas como a legalização da maconha e o direito ao aborto, uma das questões-chave desta campanha eleitoral.

Encerramento da campanha

A campanha foi finalizada com comícios dos dois candidatos em Estados-pêndulo, que oscilam, a cada eleição, entre os campo democrata e o republicano. Estava previsto que Kamala Harris realizasse três discursos na Pensilvânia, mas ela acabou fazendo cinco.

Neste Estado alvo de uma disputa ferrenha de votos, a candidata democrata visitou um restaurante porto-riquenho, para demonstrar apoio aos imigrantes tratados de "lixo" pela campanha republicana na semana passada. Harris também participou de uma estratégia célebre nos Estados Unidos: a campanha "de porta em porta", indo até a casa dos eleitores para convencê-los a votar.

Em Pittsburgh, a líder democrata terá a companhia da cantora Katy Perry no palco nesta noite. Logo depois, na Filadélfia, Harris encerrá a campanha em um comício com as presenças da apresentadora Oprah Winfrey e da cantora Lady Gaga.

Trump participou de três eventos nesta segunda-feira: um na Carolina do Norte, dois na Pensilvânia, e o quarto e último ocorrerá em Grand Rapids, no Michigan. Neste dia de encerramento de campanha, o argumento do republicano não mudou: combater a imigração, com a promessa de colocar em prática o maior programa de deportação de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos.

Ligeira vantagem de Harris

As últimas pesquisas de intenção de votos continuam mostrando uma leve vantagem da vice-presidente sobre seu rival, em uma dinâmica que já dura alguns dias. As mídias americanas deram destaque durante todo o dia à sondagem Marist Poll para a PBS News, segundo a qual Harris tem 51% das intenções de votos e Trump 47%. O jornal New York Times também apresenta uma média de todas as pesquisas em nível nacional, em que a democrata aparece com 49% e o republicano com 48%.

Nas médias dos levantamentos nos Estados-pêndulo, Harris está à frente no Michigan e no Wisconsin por um ponto (49%). Trump lidera na Carolina do Norte, Nevada e na Geórgia por um ponto (49%) e no Arizona por três pontos (50%). Na Pensilvânia, a média das pesquisas do New York Times apresenta empate; ambos com 48%.

Mas, para a professora de Ciência Política da Universidade de Boston, Daniela Melo, as intenções de votos estão tão próximas que é impossível prever qualquer resultado. "Está tudo na margem de erros e pode haver surpresas grandes", avalia. "Quando temos tanta volatilidade, de grupos que sempre votaram à esquerda ou que sempre votaram à direita e que mudam de partido, torna-se muito difícil para os pesquisadores de sondagem", reitera.

Por isso, para ela, o essencial é observar as médias das melhores pesquisas para tentar entender qual tem sido a tendência. "Mas ainda assim, há muito espaço para erros", afirma.

Anúncios dos primeiros resultados

Como a diferença de votos entre os dois campos deve ser muito pequena, a previsão é que as contagens dos boletins dure alguns dias, segundo as mídias americanas. No entanto, esse cenário é perigoso porque Trump está exigindo que os resultados sejam divulgados na noite desta terça-feira. Suspeita-se que o republicano esteja planejando reivindicar uma vitória antes do final da apuração.

Forte temor também de violências durante a votação. Por isso, um esquema de segurança sem precedentes foi organizado e alguns Estados, como Washington, Oregon e Nevada, mobilizaram as guardas nacionais para agir em caso de distúrbios. Muitas seções de voto foram equipadas com vidros à prova de balas, portas de metal e botões de emergência. Mesários foram treinados para agir em caso de ataques.

No domingo (3), autoridades americanas instalaram barreiras de proteção em torno da Casa Branca, do Capitólio e da residência da candidata democrata, Kamala Harris. Em Washington, comerciantes temem vandalismo e montaram barricadas em torno de suas lojas.

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Daniella Franco, enviada especial da RFI a Boston

Eleitores do Estado de Vermont inauguram a votação às 5h da manhã pelo horário local (7h em Brasília). Depois é a vez de outros seis estados da costa leste dos Estados Unidos começarem a ir às urnas, inclusive Nova York. A maioria dos locais de votação abre suas portas a partir das 7h pelo horário local (9h em Brasília).

Mais de 161 milhões de americanos se registraram para participar das eleições. Quase 80 milhões votaram antecipadamente, como permite o sistema eleitoral dos Estados Unidos.

Essa é uma votação considerada excepcional, com previsão de resultados extremamente acirrados, após uma campanha virulenta. O sistema de segurança também é inédito, devido ao temor de distúrbios nos locais de votação, já que Trump adota a retórica da fraude e dá sinais de que não aceitará uma eventual derrota.

Além da escolha à presidência americana, os 435 assentos da Câmara de Representantes serão renovados, bem como 34 cadeiras do Senado, o que representa um terço da Casa. Há ainda 11 eleições para governadores e cada Estado também aproveita para realizar plebiscitos. No total são 146 consultas, com temas como a legalização da maconha e o direito ao aborto, uma das questões-chave desta campanha eleitoral.

Encerramento da campanha

A campanha foi finalizada com comícios dos dois candidatos em Estados-pêndulo, que oscilam, a cada eleição, entre os campo democrata e o republicano. Estava previsto que Kamala Harris realizasse três discursos na Pensilvânia, mas ela acabou fazendo cinco.

Neste Estado alvo de uma disputa ferrenha de votos, a candidata democrata visitou um restaurante porto-riquenho, para demonstrar apoio aos imigrantes tratados de "lixo" pela campanha republicana na semana passada. Harris também participou de uma estratégia célebre nos Estados Unidos: a campanha "de porta em porta", indo até a casa dos eleitores para convencê-los a votar.

Em Pittsburgh, a líder democrata terá a companhia da cantora Katy Perry no palco nesta noite. Logo depois, na Filadélfia, Harris encerrá a campanha em um comício com as presenças da apresentadora Oprah Winfrey e da cantora Lady Gaga.

Trump participou de três eventos nesta segunda-feira: um na Carolina do Norte, dois na Pensilvânia, e o quarto e último ocorrerá em Grand Rapids, no Michigan. Neste dia de encerramento de campanha, o argumento do republicano não mudou: combater a imigração, com a promessa de colocar em prática o maior programa de deportação de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos.

Ligeira vantagem de Harris

As últimas pesquisas de intenção de votos continuam mostrando uma leve vantagem da vice-presidente sobre seu rival, em uma dinâmica que já dura alguns dias. As mídias americanas deram destaque durante todo o dia à sondagem Marist Poll para a PBS News, segundo a qual Harris tem 51% das intenções de votos e Trump 47%. O jornal New York Times também apresenta uma média de todas as pesquisas em nível nacional, em que a democrata aparece com 49% e o republicano com 48%.

Nas médias dos levantamentos nos Estados-pêndulo, Harris está à frente no Michigan e no Wisconsin por um ponto (49%). Trump lidera na Carolina do Norte, Nevada e na Geórgia por um ponto (49%) e no Arizona por três pontos (50%). Na Pensilvânia, a média das pesquisas do New York Times apresenta empate; ambos com 48%.

Mas, para a professora de Ciência Política da Universidade de Boston, Daniela Melo, as intenções de votos estão tão próximas que é impossível prever qualquer resultado. "Está tudo na margem de erros e pode haver surpresas grandes", avalia. "Quando temos tanta volatilidade, de grupos que sempre votaram à esquerda ou que sempre votaram à direita e que mudam de partido, torna-se muito difícil para os pesquisadores de sondagem", reitera.

Por isso, para ela, o essencial é observar as médias das melhores pesquisas para tentar entender qual tem sido a tendência. "Mas ainda assim, há muito espaço para erros", afirma.

Anúncios dos primeiros resultados

Como a diferença de votos entre os dois campos deve ser muito pequena, a previsão é que as contagens dos boletins dure alguns dias, segundo as mídias americanas. No entanto, esse cenário é perigoso porque Trump está exigindo que os resultados sejam divulgados na noite desta terça-feira. Suspeita-se que o republicano esteja planejando reivindicar uma vitória antes do final da apuração.

Forte temor também de violências durante a votação. Por isso, um esquema de segurança sem precedentes foi organizado e alguns Estados, como Washington, Oregon e Nevada, mobilizaram as guardas nacionais para agir em caso de distúrbios. Muitas seções de voto foram equipadas com vidros à prova de balas, portas de metal e botões de emergência. Mesários foram treinados para agir em caso de ataques.

No domingo (3), autoridades americanas instalaram barreiras de proteção em torno da Casa Branca, do Capitólio e da residência da candidata democrata, Kamala Harris. Em Washington, comerciantes temem vandalismo e montaram barricadas em torno de suas lojas.

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