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Malvinas vai servir de ‘cortina de fumaça’ para Javier Milei?

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O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a falar em uma “reivindicação inabalável” de soberania sobre as Ilhas Malvinas e apelou aos argentinos para que se reconciliem com as Forças Armadas que, em 1982, durante a ditadura, declararam guerra ao Reino Unido pelo controle do arquipélago. A fala, no dia em que foram homenageados os mortos da guerra, marca uma mudança de tom do discurso oficial argentino.

Em 2 de abril de 1982, a Argentina - então sob sua última ditadura militar - tomou as ilhas através de um desembarque anfíbio, que não causou vítimas inimigas ou civis, capturando e deportando a guarnição britânica. Após dois meses de intensos combates terrestres, marítimos e aéreos, a Argentina assinou a rendição em 14 de junho do mesmo ano. A guerra deixou um total de 649 argentinos, 255 britânicos e três civis mortos.

Tema caro aos argentinos, Milei citou poucas vezes a questão Malvinas desde que se tornou presidente. A reivindicação foi palco de batalhas com seu adversário, Sergio Massa, durante a campanha presidencial do ano passado. O peronista chegou a utilizar imagens de Margareth Thatcher geradas por Inteligência Artificial para acusar Milei de admirar “inimigos”.

A recuperação da ilha sempre foi usada como uma cortina de fumaça para problemas na Argentina. No período militar, a tentativa foi de arrefecer as acusações de tortura, mortes, e a crise social instalada.

Milei também tem enfrentado vários problemas neste início de governo. Um dos exemplos é a governabilidade dificultada pela guerra aberta com as províncias. Isso porque, na política argentina, os governadores têm grande influência sobre os partidos e, consequentemente, sobre os votos dos deputados. A briga por recursos escalou no mês passado, quando governadores ameaçaram cortar o fornecimento de petróleo e gás para Buenos Aires.

Afinal, Milei quer usar as Malvinas como “cortina de fumaça” para os problemas enfrentados neste início de governo? A Argentina teria condições de se aventurar em uma guerra pela ilha? No ‘Estadão Notícias’ de hoje, vamos conversar sobre o assunto com Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM e de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O ‘Estadão Notícias’ está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência.

Apresentação: Emanuel Bomfim

Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Gabriela Forte

Sonorização/Montagem: Moacir Biasi

See omnystudio.com/listener for privacy information.

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Em 2 de abril de 1982, a Argentina - então sob sua última ditadura militar - tomou as ilhas através de um desembarque anfíbio, que não causou vítimas inimigas ou civis, capturando e deportando a guarnição britânica. Após dois meses de intensos combates terrestres, marítimos e aéreos, a Argentina assinou a rendição em 14 de junho do mesmo ano. A guerra deixou um total de 649 argentinos, 255 britânicos e três civis mortos.

Tema caro aos argentinos, Milei citou poucas vezes a questão Malvinas desde que se tornou presidente. A reivindicação foi palco de batalhas com seu adversário, Sergio Massa, durante a campanha presidencial do ano passado. O peronista chegou a utilizar imagens de Margareth Thatcher geradas por Inteligência Artificial para acusar Milei de admirar “inimigos”.

A recuperação da ilha sempre foi usada como uma cortina de fumaça para problemas na Argentina. No período militar, a tentativa foi de arrefecer as acusações de tortura, mortes, e a crise social instalada.

Milei também tem enfrentado vários problemas neste início de governo. Um dos exemplos é a governabilidade dificultada pela guerra aberta com as províncias. Isso porque, na política argentina, os governadores têm grande influência sobre os partidos e, consequentemente, sobre os votos dos deputados. A briga por recursos escalou no mês passado, quando governadores ameaçaram cortar o fornecimento de petróleo e gás para Buenos Aires.

Afinal, Milei quer usar as Malvinas como “cortina de fumaça” para os problemas enfrentados neste início de governo? A Argentina teria condições de se aventurar em uma guerra pela ilha? No ‘Estadão Notícias’ de hoje, vamos conversar sobre o assunto com Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM e de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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