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Como a questão Israel-Palestina se tornou pauta política no Brasil
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O novo conflito entre Israel e Hamas, iniciado no último sábado, vem servindo de combustível para debates, por vezes acalorados, entre políticos da esquerda e da direita no Brasil. Por um lado, aliados de Jair Bolsonaro e lideranças evangélicas saíram em defesa de Israel e condenaram explicitamente o Hamas. Por outro, governistas preferiram a cautela, e embora tenham condenado os ataques do fim de semana, evitaram mencionar o nome do Hamas — em setores da esquerda, houve manifestações de apoio à "resistência palestina", e até atos de apoio aos palestinos em algumas cidades,. Mas esse embate político no Brasil envolvendo palestinos e israelenses não é exatamente novo. A bandeira da defesa dos povos palestinos é levantada pela esquerda há décadas — em seus primeiros mandatos, Lula faz gestos contundentes para pressionar por um acordo de paz entre os dois lados, e em 2010 chegou a reconhecer a soberania do Estado palestino, algo que serviu de fagulha para a politização interna do tema no Brasil. Em 2014, uma condenação explícita de Israel por parte de Brasília, relacionada a uma ofensiva em Gaza, foi recebida com ironia pelos israelenses, que chamaram o Brasil de "anão diplomático". Bolsonaro, por sua vez, escolheu priorizar as relações com Israel em seu governo, atendendo também o eleitorado evangélico, que constituiu base importante de sua vitória nas eleições de 2018. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, foi um dos líderes estrangeiros que acompanharam a posse de Bolsonaro em 2019, e o então presidente brasileiro prometeu transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, seguindo os passos de Donald Trump, presidente americano na época. Mas ao contrário do gesto dos EUA, a representação do Brasil continuou em Tel Aviv. Hoje, o Brasil ocupa a presidência rotativa Conselho de Segurança da ONU e, segundo Lula, o país não poupará esforços para conter a escalada de violência na região. Lula reafirmou a posição da diplomacia brasileira, em defesa de dois Estados: o de Israel e o da Palestina, e vem sinalizando que tentará chegar a uma solução para pôr fim à violência e à perda de vida dos dois lados. Neste episódio do Ao Ponto, o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Casarões, fala sobre o embate entre Israel e Palestina e como o tópico aprofunda fissuras já existentes na política brasileira, à ponto de influenciar as campanhas eleitorais municipais do próximo ano.
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O novo conflito entre Israel e Hamas, iniciado no último sábado, vem servindo de combustível para debates, por vezes acalorados, entre políticos da esquerda e da direita no Brasil. Por um lado, aliados de Jair Bolsonaro e lideranças evangélicas saíram em defesa de Israel e condenaram explicitamente o Hamas. Por outro, governistas preferiram a cautela, e embora tenham condenado os ataques do fim de semana, evitaram mencionar o nome do Hamas — em setores da esquerda, houve manifestações de apoio à "resistência palestina", e até atos de apoio aos palestinos em algumas cidades,. Mas esse embate político no Brasil envolvendo palestinos e israelenses não é exatamente novo. A bandeira da defesa dos povos palestinos é levantada pela esquerda há décadas — em seus primeiros mandatos, Lula faz gestos contundentes para pressionar por um acordo de paz entre os dois lados, e em 2010 chegou a reconhecer a soberania do Estado palestino, algo que serviu de fagulha para a politização interna do tema no Brasil. Em 2014, uma condenação explícita de Israel por parte de Brasília, relacionada a uma ofensiva em Gaza, foi recebida com ironia pelos israelenses, que chamaram o Brasil de "anão diplomático". Bolsonaro, por sua vez, escolheu priorizar as relações com Israel em seu governo, atendendo também o eleitorado evangélico, que constituiu base importante de sua vitória nas eleições de 2018. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, foi um dos líderes estrangeiros que acompanharam a posse de Bolsonaro em 2019, e o então presidente brasileiro prometeu transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, seguindo os passos de Donald Trump, presidente americano na época. Mas ao contrário do gesto dos EUA, a representação do Brasil continuou em Tel Aviv. Hoje, o Brasil ocupa a presidência rotativa Conselho de Segurança da ONU e, segundo Lula, o país não poupará esforços para conter a escalada de violência na região. Lula reafirmou a posição da diplomacia brasileira, em defesa de dois Estados: o de Israel e o da Palestina, e vem sinalizando que tentará chegar a uma solução para pôr fim à violência e à perda de vida dos dois lados. Neste episódio do Ao Ponto, o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Casarões, fala sobre o embate entre Israel e Palestina e como o tópico aprofunda fissuras já existentes na política brasileira, à ponto de influenciar as campanhas eleitorais municipais do próximo ano.
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