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Petróleo sintético.
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Em novembro de 2021, um piloto da Força Aérea Real britânica decolou em um pequeno avião no sul da Inglaterra para fazer história. Seu curto trajeto estabeleceu um novo recorde para o livro Guinness: o primeiro voo já realizado apenas com combustível sintético. Várias empresas no mundo estão desenvolvendo iniciativas para o aperfeiçoamento de combustíveis sintéticos, também chamados de e-Combustiveis. O interesse pelos combustíveis sintéticos aumenta em momentos como este, em que a busca por alternativas para os combustíveis tradicionais é mais urgente do que nunca. Para que o aquecimento do planeta não supere 1,5°C sobre as temperaturas da era pré-industrial, é preciso que as emissões de dióxido de carbono (CO2) liberadas pela queima de combustíveis fósseis sejam reduzidas em 45% até o ano 2030, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês). A transição para energias renováveis oferecerá esperança para milhões de pessoas prejudicadas pelas mudanças climáticas. Os combustíveis sintéticos podem ser parte da solução? Quimicamente, os combustíveis sintéticos e os de origem fóssil são iguais. Ambos são hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos são moléculas formadas por hidrogênio e carbono. Normalmente, o que se faz é extrair o petróleo da terra, refiná-lo e gerar produtos diferentes, como a gasolina, o diesel e o querosene. Mas, no caso do combustível sintético, o hidrogênio e o carbono necessários provêm de outras fontes. O hidrogênio, por exemplo, é obtido separando-se os componentes da molécula de água — hidrogênio e oxigênio — em um processo que utiliza eletricidade, chamado eletrólise. Você separa essa molécula da água em hidrogênio e oxigênio e fica com o hidrogênio. Já o carbono necessário pode ser obtido de diversas fontes. Você pode recolher da chaminé de uma fábrica que está descartando CO2 ou capturá-lo diretamente do ar. E você também separa esse CO2 em carbono e oxigênio e fica com o carbono. Posteriormente, em outro processo industrial, é possível unir o hidrogênio e o carbono, sintetizando-os em uma cadeia de hidrocarboneto. Desta forma, você gera artificialmente uma molécula que é exatamente igual à do diesel, da gasolina ou do querosene tradicional. [...] A produção de combustíveis sintéticos poderia ser escalonada? Os especialistas concordam ao destacar que tecnicamente é possível aumentar a produção de combustíveis sintéticos. Mas a principal dificuldade é que o aumento dessa produção exigirá grandes quantidades de eletricidade de origens renováveis. A Europa sabe que, se quiséssemos, por exemplo, movimentar todos os aviões com esse combustível — só os que saem da Europa — seria preciso importar o combustível porque são necessários muitos painéis solares e muitas turbinas eólicas. Aumentar a produção de combustíveis sintéticos para satisfazer às exigências da aviação mundial, apresenta diversos desafios. Entre eles, podemos mencionar os seguintes: - otimizar a química para que a maior parte da matéria-prima (CO2 e hidrogênio) seja convertida em combustível de acordo com as especificações necessárias (sem produzir ao mesmo tempo gases ou outros produtos secundários); - instalar capacidade suficiente de energia renovável; - instalar capacidade suficiente de eletrólise para a produção de hidrogênio; e - ter acesso a uma fonte sustentável de CO2 (por exemplo, a captura direta do ar). É importante lembrar que o custo atual do combustível sintético é mais alto que o dos combustíveis fósseis, mas espera-se que este custo seja reduzido com o tempo. Alguns setores seguem com mais dificuldade, como a aviação e a propulsão marítima, devido à necessidade de combustíveis com maior quantidade de energia.
FONTE:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62073615
IMAGEM:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62073615
Trilha sonora: acervo pessoal.
185 episodios
Petróleo sintético.
Podcasts de Ecologia/Composições musicais/Natureza Ecology Podcasts/Musical Compositions/Nature
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Em novembro de 2021, um piloto da Força Aérea Real britânica decolou em um pequeno avião no sul da Inglaterra para fazer história. Seu curto trajeto estabeleceu um novo recorde para o livro Guinness: o primeiro voo já realizado apenas com combustível sintético. Várias empresas no mundo estão desenvolvendo iniciativas para o aperfeiçoamento de combustíveis sintéticos, também chamados de e-Combustiveis. O interesse pelos combustíveis sintéticos aumenta em momentos como este, em que a busca por alternativas para os combustíveis tradicionais é mais urgente do que nunca. Para que o aquecimento do planeta não supere 1,5°C sobre as temperaturas da era pré-industrial, é preciso que as emissões de dióxido de carbono (CO2) liberadas pela queima de combustíveis fósseis sejam reduzidas em 45% até o ano 2030, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês). A transição para energias renováveis oferecerá esperança para milhões de pessoas prejudicadas pelas mudanças climáticas. Os combustíveis sintéticos podem ser parte da solução? Quimicamente, os combustíveis sintéticos e os de origem fóssil são iguais. Ambos são hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos são moléculas formadas por hidrogênio e carbono. Normalmente, o que se faz é extrair o petróleo da terra, refiná-lo e gerar produtos diferentes, como a gasolina, o diesel e o querosene. Mas, no caso do combustível sintético, o hidrogênio e o carbono necessários provêm de outras fontes. O hidrogênio, por exemplo, é obtido separando-se os componentes da molécula de água — hidrogênio e oxigênio — em um processo que utiliza eletricidade, chamado eletrólise. Você separa essa molécula da água em hidrogênio e oxigênio e fica com o hidrogênio. Já o carbono necessário pode ser obtido de diversas fontes. Você pode recolher da chaminé de uma fábrica que está descartando CO2 ou capturá-lo diretamente do ar. E você também separa esse CO2 em carbono e oxigênio e fica com o carbono. Posteriormente, em outro processo industrial, é possível unir o hidrogênio e o carbono, sintetizando-os em uma cadeia de hidrocarboneto. Desta forma, você gera artificialmente uma molécula que é exatamente igual à do diesel, da gasolina ou do querosene tradicional. [...] A produção de combustíveis sintéticos poderia ser escalonada? Os especialistas concordam ao destacar que tecnicamente é possível aumentar a produção de combustíveis sintéticos. Mas a principal dificuldade é que o aumento dessa produção exigirá grandes quantidades de eletricidade de origens renováveis. A Europa sabe que, se quiséssemos, por exemplo, movimentar todos os aviões com esse combustível — só os que saem da Europa — seria preciso importar o combustível porque são necessários muitos painéis solares e muitas turbinas eólicas. Aumentar a produção de combustíveis sintéticos para satisfazer às exigências da aviação mundial, apresenta diversos desafios. Entre eles, podemos mencionar os seguintes: - otimizar a química para que a maior parte da matéria-prima (CO2 e hidrogênio) seja convertida em combustível de acordo com as especificações necessárias (sem produzir ao mesmo tempo gases ou outros produtos secundários); - instalar capacidade suficiente de energia renovável; - instalar capacidade suficiente de eletrólise para a produção de hidrogênio; e - ter acesso a uma fonte sustentável de CO2 (por exemplo, a captura direta do ar). É importante lembrar que o custo atual do combustível sintético é mais alto que o dos combustíveis fósseis, mas espera-se que este custo seja reduzido com o tempo. Alguns setores seguem com mais dificuldade, como a aviação e a propulsão marítima, devido à necessidade de combustíveis com maior quantidade de energia.
FONTE:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62073615
IMAGEM:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62073615
Trilha sonora: acervo pessoal.
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